Por Júlia Gonçalves e Ana Clara Collet.
Supervisão: profa. Eliani Covém (Comunicação Audiovisual).
No dia 26 de maio a turma da disciplina de Comunicação Audiovisual recebe o repórter da TV Anhanguera, João Victor Guedes. O jornalista falará com os alunos sobre “o repórter de TV frente aos desafios da apuração e da ética”. Em entrevista, o repórter, que é formado pela Universidade Federal de Goiás, conta que há 13 anos trabalha em televisão começando sua carreira sendo monitor da Rádio Universitária, passando por estágio na TV Serra Dourada e lá foi contratado. Logo depois, foi trabalhar na TV Anhanguera, em Itumbiara, como apresentador e repórter.
Atualmente, além de ser jornalista, ele é formado em História pela PUC Goiás e conta que professor de História e jornalista são profissões parecidas, porque os dois trabalham com fontes. João Victor pretende levar para a palestra a importância da conexão com academia e o mercado de trabalho “porque é importante que os alunos tenham esse contato desde já com o mercado de trabalho, as editorias, os profissionais e o jeito de fazer jornalismo”. Além disso, falará como está a área em relação às novas mídias e que o jornalismo hoje precisa ser multiplataforma, se adaptando à necessidade de cada meio e um pouco das curiosidades e desafios do fazer jornalístico.
O repórter vê que a faculdade traz, como um todo, um conhecimento amplo e direcionado para o estudante. “Eu vejo a universidade essencial no fazer jornalístico porque é lá que temos contato com essas mídias e a oportunidade de errar, questionar, aprender, saber o que é certo ou não. Sempre tem a disputa entre a teoria e a prática, e a teoria é a base do jornalismo. A base do jornalismo é a questão da ética, valores e regras morais, que trazemos da academia.”
Ele ainda conta que na universidade só confirmou e direcionou sua vontade, trabalhar em televisão. “Sempre gostei de televisão, desde quando decidi fazer jornalismo eu sempre me interessei muito pela área de televisão. Embora eu tenha começado no rádio, foi meu pontapé. Já tive experiências no impresso ao longo da faculdade, sendo repórter do Tribuna do Planalto e colaborador do Diário da Manhã”.
Ele ainda conta que o maior desafio do jornalista é se colocar no lugar do outro para reportar algo e ser o porta-voz da população. João Victor afirma que o valor do jornalismo é o factual, então, se muitas coisas ruins são noticiadas, é porque a cidade está ruim e isso precisa ser relatado. Além disso, destaca que o marco de sua carreira foi na época do serial killer em Goiânia. Como o criminoso se comunicava apenas por cartas, e ele estava cobrindo outra pauta, teve a oportunidade de conversar com a equipe de advogados. Por isso, foi o primeiro repórter a ter acesso à carta e deu a notícia em primeira mão no dia seguinte. Ele relembra outras histórias e conta que ajuda famílias a conseguir procedimentos, vagas de UTI a partir das reportagens.
João Victor também conta sobre os prêmios que ganhou no meio jornalístico. “Ganhei o prêmio máximo há dois anos da FIEG, que teve como tema ‘Como o ensino de robótica tem transformado a indústria em Goiás’. No ano passado, fiquei em terceiro lugar no Prêmio de Jornalismo do Ministério Público de Goiás com o tema ‘Como o ensino ambiental nas escolas faz a diferença no ambiente’, em segundo lugar no Prêmio CDL de Jornalismo com a reportagem ‘Uso da inteligência artificial no comércio para aumentar a segurança’, e em terceiro lugar no Prêmio Sebrae de Negócios Locais, que teve como tema ‘Como os negócios locais e regionais são importantes na geração de emprego’”. Ele ainda ressalta que a importância de ganhar um prêmio está na mensagem que ele e sua equipe conseguiram transmitir, e isso é o que realmente importa.
Por fim, o repórter deixa como conselho para os estudantes de jornalismo e futuros colegas de profissão ser curioso, ou seja, ter a curiosidade do que realmente está acontecendo. É preciso que as técnicas de apuração sejam treinadas e despertadas desde cedo com muita leitura, debate e escrita. Ressalta a importância de já ter contato com o mercado de trabalho e o funcionamento do jornalismo. Destaca a importância de estudar, ler e escrever sobre alguns temas “tendencias”, como: Meio ambiente, diversidade no país, diversidade religiosa, situação política no país e na América Latina. E ainda, dominar as novas redes e tecnologias.