Jornalista formado pela PUC Goiás ressalta o papel fundamental do jornalismo na democracia e na garantia de informação de qualidade
Nívia Menegati (Trabalho da disciplina de Teorias do Jornalismo, sob supervisão do professor Rogério Borges)
Luiz Otávio Borges, jornalista formado em 2022 pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) e coordenador de jornalismo na TV Rio Garças, em Mato Grosso, afiliada da TV Cidade Verde, acredita que o jornalismo se torna mais essencial a cada ano. Para ele, a profissão continuará se fortalecendo no futuro, desempenhando um papel fundamental na preservação da democracia e no acesso à informação de qualidade. A emissora onde atua pertence ao Grupo Mato-Grossense de Comunicação.
O desejo de cursar jornalismo surgiu ainda na adolescência. O jornalista sempre soube que queria trabalhar com algo relacionado ao microfone, mas ainda não conhecia o jornalismo de perto. Tudo mudou quando uma retransmissora de televisão foi inaugurada em sua cidade, despertando seu interesse pela profissão. O momento decisivo aconteceu durante um trabalho escolar no ensino médio, em que produziu um telejornal sobre a Conjuração Mineira. Ao concluir o projeto, teve a certeza de que havia encontrado sua vocação. Desde então, trilhou o caminho que o levou ao jornalismo – e segue firme na profissão.
Impressões: Como você vê o futuro do jornalismo?
Luiz Otávio: A cada ano o jornalismo se faz mais necessário. Então, o vejo cada vez mais forte no futuro, contribuindo com a sociedade democrática.
Impressões: Quais são os principais desafios que os jornalistas enfrentam hoje?
Luiz Otávio: Hoje o profissional da comunicação enfrenta muitos desafios, entre eles os ligados às mudanças tecnológicas, políticas e sociais. Aqui posso citar o trabalho árduo em validar e verificar informações em um ambiente onde boatos e manipulações ganham cada vez mais força. Isso gera para o jornalista uma adaptação de suas práticas que reforça sua ética profissional.
Impressões: Qual é o papel do jornalismo na sociedade?
Luiz Otávio: Informar com precisão, investigar e fiscalizar. Além de dar voz a diferentes cenários, promovendo o debate com o objetivo de fortalecer a democracia.
Impressões: Como você acha que os jornalistas podem melhor servir o público?
Luiz Otávio: Sendo verdadeiros, buscando sempre a imparcialidade, a ética, dando voz a todos os lados e sendo compreensivos.
Impressões: Como você vê a influência da mídia sobre o público?
Luiz Otávio: Essa influência da mídia é um assunto um tanto quanto polêmico. Não podemos descartar este fato. Mas acredito que o público precisa trabalhar uma ‘peneira’ sobre os conteúdos que são abordados pelos meios de comunicação. Assim, o público terá liberdade para concordar ou discordar com o que está sendo abordado pelo veículo.

Luiz Otávio no estúdio da TV onde trabalha / Foto: Arquivo pessoal
Impressões: A teoria da bala mágica sugere que a mídia tem um poder direto e imediato sobre o público. Você concorda com essa visão?
Luiz Otávio: Não. A teoria simplifica essa relação e retira do público sua interpretação individual, o que implica como as pessoas recebem e reagem às mensagens.
Impressões: Você acha que a mídia pode manipular o público? Em que medida os jornalistas devem se preocupar com o potencial de manipulação da mídia?
Luiz Otávio: Sim, ao ter o ‘poder’ de selecionar as informações ou distorcer fatos. Nestes casos os profissionais devem buscar manter seu compromisso com a ética e preservar a integridade da notícia.
Impressões: Você acredita que a mídia tem um papel importante na formação da opinião pública? Se sim, como você vê esse papel?
Luiz Otávio: Sim, a mídia tem um papel importante na formação de opinião pública ao informar e debater os fatos. Por isso é algo que exige muita responsabilidade, para garantir que o público fique bem informado.
Impressões: A teoria organizacional do jornalismo destaca a importância da estrutura organizacional na produção de notícias. Como a estrutura organizacional do seu veículo de comunicação influencia o seu trabalho?
Luiz Otávio: Por aqui a produção de notícias segue todos os parâmetros do mercado. No entanto, por se tratar de pequenas emissoras, seguimos uma linha editorial onde nosso principal meio de informação são as pautas oficiais. Prefeituras e hora ou outra, com informações das polícias civil e militar.
Impressões: Quais são os principais desafios que você enfrenta ao trabalhar em uma organização de mídia?
Luiz Otávio: Os prazos curtos, conciliar a linha editorial com a imparcialidade são os principais desafios enfrentados.
Acredito que a internet não prejudicou e sim abriu o leque de possibilidades para os veículos de comunicação, podendo estar em multiplataformas e assim o público fica mais perto da notícia.”
Impressões: Como você lida com as pressões da organização, como prazos e restrições de recursos?
Luiz Otávio: Lidar com as pressões nem sempre é fácil. Mas priorizo as atividades buscando organizar o tempo de forma eficiente e sendo criativo, para proporcionar uma informação de qualidade ao público.
Impressões: Como as mudanças na indústria da mídia, como a ascensão da internet, afetaram a estrutura organizacional dos veículos de comunicação?
Luiz Otávio: Acredito que a internet não prejudicou e sim abriu o leque de possibilidades para os veículos de comunicação, podendo estar em multiplataformas e assim o público fica mais perto da notícia.
Impressões: A teoria do espelho sugere que o jornalismo deve refletir a realidade de forma objetiva e imparcial. Você acha que o jornalismo deve ser um reflexo da realidade?
Luiz Otávio: Claro, o jornalismo deve buscar sempre refletir a realidade de forma clara e objetiva. Para que o público possa entender com transparência o que acontece ao seu redor.
Impressões: Como você lida com a subjetividade na sua reportagem?
Luiz Otávio: Bom, busco lidar com os diferentes pontos de vista equilibrando e separando de forma clara as opiniões da informação a ser passada.
Impressões: Você acha que é possível ser completamente objetivo no jornalismo?
Luiz Otávio: É difícil ser completamente objetivo, pois as informações podem envolver alguma subjetividade. No entanto, acredito que é possível sim buscar a imparcialidade.
Impressões: Você acha que o jornalismo deve ter um papel ativo na sociedade, como defender a justiça social? Ou deve se limitar a refletir a realidade?
Luiz Otávio: O jornalismo deve sim ter um papel ativo na sociedade, desde que busque não comprometer a imparcialidade. Porque além de refletir a realidade, o jornalismo tem a responsabilidade de informar a sociedade e gerar debates com questões importantes.
Impressões: Quando iniciou a faculdade e como surgiu a possibilidade de trabalho ?
Luiz Otávio: Iniciei a faculdade em 2018. A oportunidade de trabalho na área do jornalismo surgiu antes mesmo da graduação, quando me interessei pela profissão. E comecei a trabalhar na área e assim sigo até hoje.