quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
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Jornalista Laila Santos destaca importância da criatividade e da sensibilidade na comunicação empresarial

Supervisora de comunicação do Laticínios Bela Vista, Laila Diana dos Santos participará do Conexão com Egressos nesta quinta-feira, às 8h, no miniauditório 102 B do Câmpus V

Foto: Acervo pessoal

Por Ana Beatriz Mello e Taíssa Queiroz

Jornalista e especialista em Comunicação Empresarial pela PUC Goiás, Laila Diana dos Santos cursou os MBAs em Desenvolvimento Humano e Psicologia Positiva; e em Comunicação Empresarial e Mídias Digitais, pelo IPOG. Foi analista de comunicação na Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (CASSI) e atualmente é supervisora de comunicação do Laticínios Bela Vista, responsável pelas marcas Piracanjuba, LeitBom e Pirakids.

Nesta entrevista, ela relembra sua trajetória e dá dicas aos estudantes de Jornalismo. “O jornalista é mais que um profissional com técnicas, é preciso ter repertório. Por isso, para além do domínio do conteúdo, é indispensável fazer boas leituras, conhecer culturas e assistir conteúdos com olhar crítico”, orienta.

Agência Impressões: O que o Jornalismo te ensinou?

O jornalismo me ensinou a importância de ouvir as várias faces de uma história. Muitas vezes, somos tendenciosos porque nos deixamos levar por apenas uma versão dos fatos e isso acaba prejudicando nossa capacidade de enxergar além, de entender contextos e de ter perspectiva.

A. I.: Quando você era acadêmica da PUC, se dedicou a algo complementar?

Por já trabalhar com contrato CLT, não conseguia ter disponibilidade para muitas atividades, mesmo tendo grande interesse em extensões. De qualquer forma, dentro do turno que estava na faculdade, aproveitava todos os seminários, palestras e cursos oferecidos. O jornalista é mais que um profissional com técnicas, é preciso ter repertório. Por isso, para além do domínio do conteúdo, é indispensável fazer boas leituras, conhecer culturas e assistir conteúdos com olhar crítico.

A. I.:. Como jornalista, quais dicas você daria para quem ainda está cursando?

Aos estudantes, recomendo que não deem ouvidos aos comentários constantes de que a profissão é desvalorizada, que não há tantas vagas no mercado. No lugar disso, se concentrem em ser criativos, em sair das técnicas para criar conteúdos autênticos, em colocar humanidade nos textos, pois é exatamente isso que nos diferenciará dos demais e das tecnologias que criam conteúdos, sem ter, no entanto, a sensibilidade humana e a capacidade de explorar sentimentos.

A. I.:  Se adequar na área que você trabalha hoje foi muito desafiador? Conta um pouquinho o que você faz no seu atual emprego.

Trabalhar na iniciativa privada requer adequação a uma cultura organizacional que, muitas vezes, pode ser diferente da que você idealizou antes de adentrar no mercado de trabalho. No caso do meu trabalho atual, eu precisei enfrentar o desconhecido, pois nunca havia trabalhado em uma indústria, ainda mais, no segmento de alimentos. O ramo do negócio no qual estamos inseridos vai ditar muitas das leituras e do conhecimento que vai nortear o seu dia a dia, por isso, é preciso aprender a gostar, a se esforçar para entender os processos e, sobretudo, se esforçar para usar a criatividade, já que, na atividade privada, precisamos desenvolver um bom trabalho tendo recursos limitados.

A. I.: Defina o que Jornalismo representa para você.

Ao escolher o curso que determinaria minha profissão, fui em busca de uma formação plural, que não me limitasse e que permitisse que eu conhecesse sobre vários assuntos. O jornalismo me proporciona essa versatilidade do conhecimento. Ao mesmo tempo que domino uma técnica e tenho a expertise profissional, também tenho a liberdade de transitar em várias áreas, trabalhando com conhecimentos de forma multidisciplinar.

A. I.: Quando você terminou a faculdade teve medo de iniciar no mercado de trabalho? A realidade te assustou um pouco?

Quando terminei, tudo que eu queria era tentar aplicar o que aprendi e aprender coisas novas para, mais tarde, retornar para a faculdade como professora. Eu trabalhava em uma empresa e não atuava no jornalismo, assim, ficava sempre procurando uma forma de ingressar na área da minha formação. Com isso, comecei a buscar freelas e atividades que eu fazia conciliando com meu emprego, de forma que eram essas ações que preenchiam meu desejo de atuar efetivamente no jornalismo.

A. I.: Como você se vê daqui a 10 anos no quesito profissão? Tem algum lugar que você ainda deseja chegar?

Eu pretendo seguir carreira acadêmica. Quero fazer mestrado e retornar para sala de aula. Mas, desde que terminei o curso entendi que esse desejo precisava aguardar um pouco, pois eu gostaria de ser uma professora que tivesse muitas experiências para contar aos alunos. Por isso, apesar de já estar em um cargo de gestão, quero ocupar novos e ainda mais desafiadores para reafirmar a importância da comunicação dentro das empresas. Depois disso, pretendo me dedicar a um mestrado.

A. I.: Em quais áreas do jornalismo você mais se identifica?

Eu gosto da comunicação empresarial, do jornalismo científico e do literário. São áreas em que conseguimos extravasar em profundidade e criatividade. Além disso, conseguimos unir técnica à outras esferas que fomentam conhecimento, engajamento e aprendizado.

A. I.: Na atualidade o que em sua percepção faz com que o jornalismo fique mais difícil de ser executado?

Ao mesmo tempo em que a liberdade de canais e de construção de conteúdos é algo surpreendente, me assusta um pouco que isso seja feito sem um trabalho antecessor de formação, de capacitação e de crítica. Com isso, encontramos informações cada vez mais rasas e sem personalidade. É como se a autoria e a pessoalidade caíssem em descrédito, dando lugar a uma padronização dos saberes.