Por Ana Clara Collet
Supervisão: profª Gabriella Luccianni.
Ser um “colecionador” de objetos se tornou uma prática ultrapassada para alguns, mas, para outros, continua sendo uma forma de manter vivo algum acontecimento ou sentimento do passado. A estudante Mariana Carvalho decidiu criar a exposição “Fotografando o Passado” como Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo, orientada pela professora Déborah Borges.
A mostra, que já está aberta à visitação na galeria do Câmpus V da PUC Goiás, reúne 30 fotografias que retratam pessoas e objetos carregados de histórias e significados
O trabalho busca explorar como a nostalgia se manifesta em diferentes faixas etárias, por meio de fotografias e relatos de pessoas que colecionam, comercializam ou simplesmente se conectam com objetos antigos. “Visitei feiras de antiguidades e fui até a casa de colecionadores. A ideia era mostrar, através das imagens, como as memórias se revelam de formas diferentes na vida das pessoas”, explica Mariana.

“Relatar o passado sempre foi uma prática recorrente dos meus pais e avós e sempre me despertou curiosidade em saber como as coisas eram na época deles”, comenta a estudante. Os entrevistados têm idades entre 22 e 71 anos e suas histórias acompanham as fotos por meio de QR Codes que levam a trechos das entrevistas realizadas com cada um deles. Além de revelar a relação do entrevistado com o objeto, cada trecho também remete a uma lembrança marcante – como se fosse possível “escutar” o que um álbum de fotografias tem a dizer.
A exposição foi dividida em grupos: em cada conjunto de imagens, Mariana fotografa tanto o entrevistado quanto os itens antigos que ele possui ou aprecia. Entre os personagens fotografados estão Aroldo Rocha, um colecionador de automóveis antigos de 62 anos, e David dos Santos, um jovem de 22 anos que frequenta feiras de antiguidade por influência do pai, Odorico dos Santos, também entrevistado.

Segundo Mariana, os relatos que mais a marcaram foram os de Aroldo, pela dedicação em conservar os carros antigos mesmo após décadas, e o de Sebastião, cuja entrevista durou mais de 40 minutos. “Ele me contou muita coisa sobre a vida dele, sobre o casamento… Foi a entrevista mais longa que fiz, e precisei resumir para caber na proposta”, conta a aluna.
Ela sempre teve a curiosidade de saber como eram as coisas na época dos seus pais e avós e encontrou nesse trabalho uma forma de concretizar essa vontade. A produção da exposição, no entanto, não foi simples. Mariana enfrentou dificuldades tanto nas entrevistas – já que muitos lojistas e frequentadores das feiras tinham pouco tempo para conversar – quanto na finalização do material.
Como os custos de emoldurar as fotos eram altos, ela precisou improvisar com papéis resistentes para simular quadros. “Foi difícil acertar os cortes e colagens, mas, no fim, consegui montar a exposição da forma como imaginei.”
Todo conteúdo foi produzido com o celular da estudante, usando o modo PRO da câmera para capturar as imagens, e com algumas edições pontuais no Photoshop. A proposta é valorizar a simplicidade e a espontaneidade do olhar fotográfico, sem abrir mão da estética inspirada no estilo antigo.
A banca de TCC será na quarta-feira (11/6), às 9h, na Escola de Direito, Negócios e Comunicação da PUC Goiás, no Campus V.