quarta-feira, 23 de outubro de 2024
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Felipe André dá dicas para estudantes que desejam atuar no Jornalismo Esportivo

Graduado em Jornalismo desde 2018, o repórter da Rádio Bandeirantes participa do Conexão com Egressos 2023, evento realizado por acadêmicos de Jornalismo

Foto: Mariana Tolentino

Por Giovana Cecília e Vinícius Pimentel

Felipe André é um dos profissionais convidados para o Conexão com Egressos, que será realizado nesta quinta-feira (25/05), às 8h, no miniauditório 102 B do Câmpus V. Formado em Jornalismo pela PUC Goiás, foi repórter na TV Band, FGF TV, comentarista na CBF TV e hoje atua como repórter do Mais Goiás e da Rádio Bandeirantes.

Nesta entrevista para a Agência Impressões, o jornalista relembra sua trajetória acadêmica e profissional e dá dicas para os estudantes que desejam atuar no Jornalismo Esportivo. “Primeiro de tudo você tem que gostar de esporte, não pode gostar só de futebol”, explica. E acrescenta: “A partir do momento que você gosta, até as coisas mais difíceis são desenvolvidas, conseguindo até um avanço na carreira.”

 Confira a entrevista na íntegra.

Agência Impressões: Como foi seu início no curso de jornalismo?

Já havia planejado desde criança cursar Jornalismo com o objetivo de estar perto do esporte, do futebol. Entrei na PUC assim que acabei o ensino médio e foi um começo muito tranquilo. Já comecei a fazer alguns projetos paralelos no meu segundo ano de faculdade para ir entrando no meio esportivo, ter uma certa movimentação na área e entender mais ou menos como é o dia a dia.

A. I.: A área esportiva sempre foi um sonho?

Sim, sempre foi um sonho! Quando eu era pequeno tentei ser jogador de futebol, mas nunca cheguei muito longe. Quando desisti de tentar ser jogador, foquei nos meus estudos no começo do ensino médio e me veio a ideia de trabalhar com esporte mesmo não sendo um atleta. O Jornalismo veio como primeira opção. Até tinha a possibilidade de Educação Física, mas quando comecei a ver onde eu iria atuar, o jornalismo e a área esportiva sempre vieram na minha cabeça.

A. I.: Quais projetos você realizou durante os 4 anos do curso e qual foi o tema escolhido para o TCC?

Criei 2 canais no YouTube, voltado para o futebol com foco em matérias em dias de jogo, principalmente as categorias de base porque aqui no nosso estado sempre teve pouca divulgação. Eu e um grupo de amigos começamos o primeiro canal e aí houve algumas desavenças. Após isso, eu e um amigo criamos outro canal que teve uma duração maior, e aí foi o nosso grande enfoque, entrevistas com alguns jogadores profissionais, entrevista com jogadores de base, matérias em dia de jogo, entrevista com treinador, filmando o jogo e tudo mais. E o meu tema do TCC foi um livro que escrevi sobre a história do Santos Futebol Clube, uma ideia do meu orientador Rogério (Borges), porque a minha ideia inicial era diferente, então ele deu a ideia de abordar em modo geral.  Fiz um livro de mais de 160 páginas tratando por décadas de 1960 e 1970, que foram duas décadas muito vitoriosas para o clube, com tempo de seca e o retorno glorioso, com uma era de títulos.

A. I.: Que características essenciais um bom jornalista esportivo deve ter?

Primeiro de tudo você tem que gostar de esporte, não pode gostar só de futebol. Muita gente entra na área esportiva achando que é apenas futebol e não é. Você precisa gostar de pelo menos assistir ou participar, precisa gostar. Ao longo dos tempos você vai ter muitas coisas que são cansativas e, se você não gostar de fazer, realmente vai ter muitas dificuldades. Para isso, a pessoa precisa ter vontade de vencer no sentido de trabalhar bastante, porque a área esportiva é muito exigente, principalmente no nosso Estado, que não é uma área tão ampla assim, não se tem muitas vagas. A partir do momento que você gosta, até as coisas mais difíceis são desenvolvidas, conseguindo até um avanço na carreira.

A. I.: Qual conselho mais valioso que você recebeu ao iniciar a carreira esportiva?

Foi numa conversa muito informal com uma pessoa que eu admiro na área e ela falou “Você está percorrendo o caminho mais difícil, porém é o correto”. Isso me fez refletir, porque, quando a gente entra na área querendo fazer o nosso melhor, sem bajular ninguém, sem ter alguém famoso que te indica, seu trabalho é mais longo, doloroso, pesado. Quando eu ouvi essa frase eu fiquei muito feliz.

A. I.: Como você constrói reportagens de forma imparcial?

Já é algo que vira rotina. Quanto mais você procura fazer, mais facilidade tem em aplicar no seu trabalho diário. Você precisa entender que sempre tem dois lados, porque muitas vezes uma pessoa te conta a verdade dela e existe outro ponto de vista. No meio esportivo, você precisa ter cuidado para ser sempre correto com os jogadores e os dirigentes, ou seja, o que a fonte responder você precisa relatar e não mudar o que foi dito. Existem pessoas que fazem recortes inapropriados e distorcem a realidade. Sabendo relatar o que foi dito, é um bom pontapé pra fazer uma reportagem justa e imparcial.

A. I.: Quais diferenças você encontrou no jornalismo esportivo na TV e no rádio?

Minha passagem na TV foi curta, porque foi durante a pandemia. No entanto, você precisa pensar um pouco fora da caixa na televisão, porque tem mais tempo pra trabalhar e precisa contar histórias pra fugir do factual. O rádio é muito instantâneo, você precisa saber o que tá acontecendo agora. Trazendo pro nosso Estado, na televisão, os programas são apresentados ao vivo, mas as matérias não são e você conta uma história através daquela matéria, seja de um jogo, de uma família ou de uma torcida. O rádio é muito aqui e agora.

Foto: Acervo pessoal