Por Sara Soares
Supervisão: Profª Gabriella Luccianni
Na última quarta-feira, 3 de abril, o curso de Jornalismo da PUC Goiás promoveu o 5º Encontro com Egressos, reunindo ex-alunos que compartilharam suas experiências profissionais com estudantes da universidade. O evento foi apresentado pelo cerimonialista Mateus Gonçalves, que conduziu a abertura e passou a palavra para os convidados.
Formação e reencontro com a universidade
Felipe Cordeiro foi o primeiro a falar. Visivelmente emocionado, relembrou momentos vividos na graduação e destacou a importância da formação acadêmica para sua trajetória profissional. “Não imaginava que um dia eu seria convidado para estar aqui. Sempre via os encontros pelas redes sociais e pensava: será que um dia serei chamado?”, contou.
Graduado em 2016, Felipe narrou sua transição da área da saúde para o jornalismo, impulsionado por um desejo antigo. Após um ano sabático pós-formatura, ele decidiu seguir na área e encontrou na comunicação pública seu espaço. “A gente precisa entender que a comunicação pública vai sempre lidar com crises, porque trabalhamos com serviços essenciais. É uma demanda constante da sociedade, e estamos aqui para facilitar o acesso à informação”, explicou.
Kaique Juliano também celebrou o retorno à universidade. “Depois de oito anos, eu volto à universidade. Parece que foi ontem. Estou muito feliz pela oportunidade”, disse. Em tom descontraído, ele se descreveu como “um jornalista atípico” e incentivou os alunos a aproveitarem todas as disciplinas, mesmo as que não pareçam úteis de imediato. “Hoje eu vejo o quanto aquilo que parecia bobo na sala de aula faz sentido na prática. Cada conteúdo tem um impacto direto na nossa rotina profissional.”
Vivências e descobertas no mercado de trabalho
Herbert Alencar ressaltou a importância do digital na comunicação atual e compartilhou experiências diversas — desde sua atuação em assessorias jurídicas até a vivência no interior do estado. “Fazer jornalismo no interior é desafiador. Você precisa transformar o cotidiano em notícia e isso muda nossa percepção do que é ou não relevante”, afirmou.
Após um período fora da capital, Herbert retornou a Goiânia e, em 2024, assumiu o cargo de diretor de marketing em um dos poucos jornais impressos ainda em circulação no estado. Para ele, a comunicação digital deixou de ser uma opção e se tornou uma exigência do mercado. “Hoje, quem não domina o digital tem dificuldade de se manter. A nossa geração foi a que desbravou esse campo, que nem era tratado como mercado de trabalho na nossa época.”
Já Kaique Juliano relembrou suas primeiras experiências em estágios, como na AudioMix, onde teve o primeiro contato com o mercado digital, ainda durante a graduação. A trajetória o levou à TV Record Goiás, onde atualmente é editor-chefe de rede. Ele contou como foi o processo de seleção, os testes práticos e a surpresa ao ser promovido. “Fiquei emocionado. Até hoje eu não esperava mesmo. Sou muito feliz e muito grato por trabalhar na Record. Desde que saí da universidade, estou lá.”
Desafios e superações na profissão
Maysa Alves foi a última a falar e iniciou agradecendo pela oportunidade de dividir o espaço com colegas que também trilharam caminhos distintos no jornalismo. Com humor e franqueza, ela compartilhou a intensidade dos seus primeiros passos na profissão, especialmente durante o estágio na TV Brasil Central. “Eu queria viver intensamente o jornalismo. Sempre quis televisão, era certeza desde os 16 anos.”
A jornalista contou como sua insistência em viver mais de perto o jornalismo a levou a pedir novas oportunidades à diretora de jornalismo da emissora, Suzete Amâncio. “Eu falei para ela: parece que não estou vivendo o jornalismo de verdade. Aí ela me colocou para sair com os repórteres. Depois, me mandou sozinha para a rua com cinco pautas. Entrei em desespero, mas fui. E foi assim que aprendi.”
Hoje, além de trabalhar com produção de conteúdo político, Maysa também é professora de oratória e redatora da revista Pós-Prefeito. Em sua fala, ela destacou a importância da mulher ocupar espaços na comunicação política e incentivou as alunas a não limitarem seus interesses. “A gente pode sim falar de política, economia, e fazer isso com competência. Somos a maioria, mas ainda somos subestimadas. Isso precisa mudar.”
Conselhos para quem está começando
Os quatro profissionais reforçaram a importância de se dedicar ao máximo durante a graduação e de não subestimar nenhuma experiência. “Se eu tivesse a cabeça de hoje na universidade, eu teria aproveitado muito mais. A gente só entende depois o quanto tudo importa”, afirmou Kaique. Maysa complementou: “Invistam na vida de vocês agora. Aproveitem cada chance. A vida profissional começa aqui.”
O encontro proporcionou um momento de escuta, troca e inspiração, aproximando os atuais alunos da realidade do mercado de trabalho e dos caminhos possíveis após a graduação. A presença dos egressos reforçou o papel transformador da universidade e reacendeu sonhos nos estudantes que acompanharam o evento de perto.
