Por Kézia Pimentel.
Neste semestre, a turma de Comunicação na Web, disciplina ministrada pela professora Gabriella Luccianni, recebeu o jornalista do G1 Goiás, Gustavo Cruz, para um bate-papo sobre comunicação nas mídias digitais. O profissional compartilhou suas experiências acadêmicas, como o intercâmbio e o estágio, bem como o início de sua trajetória profissional.
Trajetória
Gustavo entrou na faculdade em 2016, com 16 anos, e fez quatro semestres do curso, quando surgiu a oportunidade de um intercâmbio de dois anos, em Lima, no Peru. Na volta à Goiânia, em 2021, foi contratado como estagiário da produção do Jornal Anhanguera 2° edição, onde ficou até se formar e foi efetivado como produtor até 2023. Desde então, atua como repórter e apresentador do “G1 em 1 minuto”.
O jornalista conta que, durante a infância, queria fazer Medicina, mas, no 1° ano do Ensino Médio, se encantou pela cobertura jornalística de dois grandes acontecimentos: o incêndio da Boate Kiss e o caso Eloá. “A partir daí, eu escolhi o Jornalismo. Lembro que no 2° ano fomos fazer as blusas do curso que cada um queria fazer e eu já escrevi “Jornalismo” nela”, afirma.
Na redação
Em relação ao processo de produção de reportagens, o repórter diz que não há uma “receita de bolo”, depende da pauta escolhida pelo editor. “Vai depender muito da situação, se é acidente, homicídio, cada coisa tem seu local específico pra correr atrás da informação, cada crime tem uma delegacia específica”.
Além disso, ele explica que, apesar de no cotidiano ter o que chamam de “arroz com feijão”, sempre aparece alguma novidade. “A gente trabalha muito com o inédito e temos que aprender naquele momento como lidar, é a adrenalina do factual”, acrescenta.
Audiência
Para se comunicar com os públicos da internet e da TV ao mesmo tempo, existem inúmeras estratégias. “Quando vou fazer a apresentação no G1 em 1 minuto, uso uma linguagem mais informal, falo sobre coisas que viralizaram na internet e isso já quebra uma formalidade que outros jornais têm.”
O profissional destaca que seu vestuário também é uma forma de se comunicar e quebrar a formalidade, pois expõe sua personalidade e preferências. “Nossa roupa comunica. Muitas vezes eu viralizei no Twitter por usar uma roupa da minha banda favorita e todos queriam saber quem era o apresentador.”
Feedbacks negativos
Com o maior alcance da internet, há pessoas que admiram seu trabalho, mas também surgem aqueles que não se identificam com a informalidade do meio. Ele conta que várias vezes já leu comentários negativos sobre suas declarações, suas roupas e isso geralmente vêm de pessoas mais velhas, acostumadas à ideia de que, para apresentar um jornal, o profissional deve estar vestindo terno e com linguagem formal. Mas ele acredita que usar um colar e a camisa de uma banda não descredibiliza seu trabalho.
Orgulho
Relembrando seus anos de experiência, o jornalista conta que a produção da que mais sentiu orgulho foi a entrevista com Dulce Maria, sua cantora favorita, quando ela comentou sobre a morte de Marília Mendonça, em novembro de 2021. “Pra mim foi uma realização pessoal entrevistar um ídolo. Lançamos em primeira mão o clipe das duas, foi para os principais telejornais da Globo e foi incrível ver meu nome ser divulgado em um trabalho tão digno.”
Conselhos para os futuros jornalistas
Para finalizar, Gustavo deixou um conselho para os próximos jornalistas. “Não se contentem com o pouco quando se trata de apuração. O diferencial da sua notícia são os detalhes a mais em relação ao que os outros têm, porque quando é uma notícia do dia a dia todos os veículos vão ter, mas não se contente só com o release, vá atrás! Procure mais a fundo que você sempre vai encontrar um detalhe que os outros não conseguiram e isso será o seu destaque”.