Por Gabriela Rezende
Supervisão: prof.ª Gabriella Luccianni
A capacitação de professores para a inclusão de alunos com deficiência tem se mostrado uma necessidade urgente nas universidades. Com esse objetivo, a professora Tatiana Takeda ministrou um curso voltado para orientar os docentes da PUC Goiás sobre ferramentas e estratégias inclusivas, com a participação de profissionais como a professora Cláudia Mussi, do Núcleo Docente Estruturante (NDE) de Direito, que compartilhou suas reflexões sobre a temática.
“Poder dar cursos de capacitação para os colegas é muito importante, porque nós somos uma universidade e, como tal, precisamos acolher o aluno que precisa de inclusão. Sabemos que esses professores, na sua grande maioria, não estão capacitados para isso, tendo em vista que fizeram cursos que não abordam educação inclusiva. Por exemplo, Direito e demais cursos enfrentam essa dificuldade, porque a formação desses profissionais não é para a docência”, explicou Tatiana.
O curso apresentou estratégias como capacitação docente, adaptação curricular e a implementação de monitoria ou tutoria para alunos que necessitam desse suporte. “Essa é a nossa tentativa de colaborar e compartilhar com os colegas formas de incluir nossos alunos, utilizando as ferramentas necessárias para a inclusão”, completou a professora. Além da formação pedagógica, o curso também abordou o impacto do preconceito e da discriminação sobre alunos com deficiência.

Segundo Tatiana, ainda que a sociedade fale muito sobre diversidade, o preconceito predomina. “As pessoas se dizem não preconceituosas, mas a verdade é que quase todas têm, sim, seus preconceitos. Com relação às pessoas com deficiência e autismo, é importante que saibamos que inclusão não é apenas chamar para a festa. Inclusão é querer realmente que aquela pessoa esteja naquela festa”, afirmou.
A professora Cláudia Mussi destacou a importância da conscientização sobre capacitismo e acolhimento adequado. “Nossa, são tantos aprendizados que fica difícil enumerá-los. O que mais me tocou foi a angústia das mães de pessoas atípicas diante da inoperabilidade do poder público, no sentido de criar políticas eficazes e de conscientizar a sociedade. Apesar de sempre ter sido muito ligada a questões sociais, esse curso trouxe para mim um aprendizado maior sobre como acolher essas pessoas de forma natural, evitando atitudes capacitistas”, pontuou.
Cláudia também ressaltou a importância do uso adequado da linguagem e da postura ao lidar com alunos com deficiência. “Aprendi que algumas nomenclaturas não devem ser utilizadas e que devemos ter cuidado no acolhimento, para que ele não pareça capacitista e não faça com que as pessoas se sintam piores. Precisamos evitar a compaixão excessiva e tratar essas pessoas com normalidade”, explicou.
A professora enfatizou que, embora já utilizasse algumas estratégias de inclusão em sua prática docente, o curso proporcionou um novo olhar sobre a questão. “A experiência é incrível, porque aprendemos a lidar melhor com alunos com deficiência. A palestrante trouxe histórias que ajudaram a compreender a importância da tratativa correta, especialmente com os pais, e reforçou que a inclusão deve ser feita de maneira respeitosa e eficaz. Cada caso é um caso, mas o essencial é a conscientização”, concluiu.
A iniciativa reforça a necessidade de um compromisso maior das instituições de ensino com a inclusão, promovendo mudanças que tornem a experiência acadêmica mais acessível e acolhedora para todos.