quarta-feira, 23 de outubro de 2024
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Caminhos do Jornalismo

Repórter do g1, Augusto Sobrinho, conta sua experiência profissional e destaca importância da precisão na apuração jornalística.

Augusto Sobrinho participou de um bate-papo com estudantes de Jornalismo da PUC Goiás.

Por Gabriela Rezende.

Em um mundo em que a informação circula rapidamente, formar-se em Jornalismo é apenas o primeiro passo em uma jornada repleta de desafios e aprendizados. Esse é o resumo da trajetória do jovem jornalista Augusto Sobrinho, que se formou na PUC em dezembro de 2021, com Mérito Acadêmico, e dividiu sua experiência com as turmas de Produção e Redação Jornalística, no dia 17 de setembro. “De modo geral, a graduação foi incrível de conhecimento, experiências e, principalmente, amizades e inspirações”, avalia.

Como estagiário, Augusto passou pelas redações do jornal O Hoje, G1, O Popular digital, Rádio Difusora. Após a graduação, foi repórter no jornal O Popular durante um ano, onde exercitou uma apuração mais aprofundada. Hoje trabalha no g1 Goiás, portal que utiliza uma linguagem multimídia. “Normalmente, o repórter sugere possíveis pautas aos editores, que avaliam a viabilidade e o interesse da audiência. Essa sugestão deve ser acompanhada de fontes, dados e uma justificativa sólida”, explica.

O jovem repórter destaca a importância da precisão da informação, buscada por meio da apuração e da diversidade de fontes. “Se preciso confirmar uma estatística, como o número de mortes por dengue, busco dados na Secretaria de Estado da Saúde. Para questões sensíveis, como denúncias de transfobia, a voz da vítima é crucial. Mas sempre busco ouvir todos os lados envolvidos”, afirma.

Aos estudantes de Jornalismo, Augusto explica que a escolha de fontes é feita com base na relevância. Com o tempo, ele aprendeu a equilibrar objetividade e uma narrativa envolvente. “Escrevo como se estivesse conversando, respeitando a cronologia dos fatos e utilizando uma linguagem acessível. Acredito que isso torna a leitura mais fluida e envolvente.” Para aprimorar seu trabalho, atualmente cursa uma especialização em Literatura, na UFG.

O profissional destaca também a importância do lead, primeiro parágrafo da notícia ou reportagem, na internet, para atrair o leitor. “Costumamos brincar na redação que o repórter fica três horas no lead e 20 minutos no corpo da reportagem. O lead é o que estimula a leitura do texto. O leitor já foi atraído pelo título e linha fina e é no lead que ele realmente decide se vai ler a reportagem. No lead o repórter precisa reforçar o que já foi apresentado no título e deixar o leitor com um gostinho de “quero mais”.

Um dos maiores obstáculos enfrentados pelo jornalista é a pressão do tempo. “O principal desafio é o tempo, na prática, tudo é “para ontem”, e o alinhamento editorial. Normalmente, as reportagens são trabalhadas ao mesmo tempo que as factuais urgentes, ou seja, o tempo para apurar e escrever fica dividido, apertado e não é contínuo, o que pode dificultar a linha de raciocínio”, relata Augusto. 

Por fim, ele enfatiza a importância da ética. “O papel do jornalista é garantir clareza e verdade nas informações. Isso significa ser claro sobre o que é fato e o que é interpretação, sempre respeitando o leitor”, conclui. Enquanto se prepara para novos desafios, ele se mostra animado com as possibilidades que o futuro reserva, incluindo uma possível carreira na docência.