sábado, 19 de abril de 2025
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Kayque Juliano destaca importância do jornalista na verificação dos fatos

Editor-chefe da Record Goiás estará presente no 5º Encontro com Egressos, no dia 3 de abril

Foto: Kayke Juliano / Arquivo Pessoal

Por Nathane Ribeiro

Supervisão: Profª Gabriella Luccianni

Desde o Ensino Médio, Kayque Juliano sabia que queria cursar Jornalismo. Fez a graduação na PUC Goiás e aproveitou todas as oportunidades. Realizou estágio na Audiomix, empresa de gerenciamento de carreira artística, e na Record Goiás, onde hoje é editor-chefe de rede. Em 2024, conquistou o Prêmio Nacional Domingos Fraga de Jornalismo Multiplataforma, uma marca em sua carreira. Também possui experiência em webjornalismo e assessoria de imprensa e faz parte da equipe de redes sociais do Governo de Goiás. No dia 3 de abril, ele estará no Encontro com egressos para partilhar dicas valiosas com os estudantes da PUC Goiás. “Aproveitem todas as disciplinas. Não subestimem nenhuma. Hoje, com minha família, brinco que queria ter a cabeça de hoje no tempo em que estudava, para aproveitar melhor tudo o que era proporcionado”, orienta os futuros jornalistas.

Agência impressões: Por que escolheu ser jornalista?

Kayque Juliano: Eu sou muito comunicativo e sempre gostei de ser útil para as pessoas. Sabe aquela pessoa que sente prazer em dar uma simples informação? Pois bem, eu sempre fui assim. Sempre gostei de consumir notícias, seja na televisão ou no rádio. Sempre admirei os bastidores das notícias. O jornalismo não foi por acaso, foi uma paixão. No Ensino Médio, já estava ciente do que queria para minha vida profissional.

Agência impressões: Conte um pouco da sua trajetória na universidade.

Kayque Juliano: A universidade foi um momento transformador na minha vida. Além dos conhecimentos teóricos e práticos, que são extremamente necessários, seja na iniciativa privada ou na vida pública, a faculdade nos transforma em profissionais críticos e céticos, ampliando nossos horizontes para pensar fora da bolha. Tive excelentes professores e colegas maravilhosos. Ainda estudando, tive a oportunidade de estagiar em dois grandes lugares que foram fundamentais na minha carreira até aqui. Primeiro foi o estágio obrigatório, que aconteceu na Audiomix, uma grande empresa de gerenciamento de carreira artística. O segundo foi na Record, onde estou até hoje, 8 anos após ter me formado. Meu trabalho de conclusão de curso foi desafiador e enriquecedor. Em grupo, criamos um documentário que falava sobre a vida das mulheres nas penitenciárias de Goiás. Foi difícil, mas conseguimos êxito e concluímos esse período com sucesso.

Agência impressões: Que dicas você dá aos futuros jornalistas?

Kayque Juliano: Aproveitem todas as disciplinas. Não subestimem nenhuma. Hoje, com minha família, brinco que queria ter a cabeça de hoje no tempo em que estudava, para aproveitar melhor tudo o que era proporcionado. Vocês vão precisar desses conhecimentos para a vida, seja na iniciativa privada ou se escolherem a vida pública. Paralelamente a isso, consumam notícias, entendam como funcionam os veículos de sua cidade, isso vai ajudar vocês em uma possível experiência profissional.

Agência impressões: Você ganhou o prêmio Nacional Domingos Fraga de Jornalismo Multiplataforma em 2024. Qual a importância desse prêmio para a sua trajetória profissional?

Kayque Juliano: Gigantesca. É um prêmio nacional onde concorremos com profissionais renomados. Ganhar esse prêmio aqui em Goiás, depois de uma recente promoção, foi como uma confirmação de que estou trilhando bem o meu caminho. Eu tenho muito orgulho de todo o trabalho que faço. Faço por amor, e o resultado vem!

Agência impressões: Hoje você ocupa um cargo de destaque na Record. Como foi o caminho para conquistá-lo?

Kayque Juliano: Foi um caminho longo, com muita dedicação e sem pressa. Não podemos ser ansiosos, as coisas acontecem na hora certa. Entrei lá como estagiário, cheguei a sair depois de me formar, porque não havia vaga. Voltei dois anos depois, trabalhando no período noturno, saindo muito tarde. Depois, surgiu uma oportunidade de ir para a produção do Balanço Geral, e eu não pensei duas vezes, aceitei. Após mais de dois anos na produção, fui selecionado para participar do processo seletivo interno para o cargo de editor-chefe de rede. Fiquei honrado pelo convite, mas, sendo bem sincero, achei que fosse algo mais burocrático, pois havia colegas mais experientes participando, inclusive pessoas que já trabalhavam na rede. Mas aceitei e dei o meu melhor. Um dia, sem esperar, fui chamado na sala de gerência de jornalismo, e, junto com o diretor e o chefe do RH, fui comunicado de que havia sido escolhido. Eu me emociono só de lembrar. E lá estou até hoje.

Agência impressões: Cite um ou dois trabalhos que marcaram sua carreira de jornalista.

Kayque Juliano: A morte da Marília Mendonça, sem dúvida, foi um momento muito difícil. Eu estava na redação quando a notícia chegou. É muito difícil ter que segurar a emoção para trabalhar e entregar a notícia. Foi um trabalho intenso, com produções externas e entradas para todo o país. Outro trabalho que mexeu muito comigo foi uma série sobre violência no futebol, onde entrevistamos a mãe de um bebê que morreu após ser atingido por uma bala durante um tiroteio de briga entre torcedores. A emoção daquela mãe me deixa muito tocado até hoje. Foi algo muito difícil de fazer.

Agência impressões: Como você vê o futuro do jornalismo em um cenário de tantas mudanças tecnológicas?

Kayque Juliano: É inegável que a internet democratizou o acesso à informação, transformando completamente a forma como trabalhamos. Consigo enxergar tanto aspectos positivos quanto negativos nesse cenário. Logo, acredito que o trabalho do jornalista profissional se torna ainda mais imprescindível em meio a tantas mudanças. Se, por um lado, facilitou o acesso e a agilidade na produção e consumo de notícias, por outro, temos o problema dos conteúdos personalizados, nos quais cada usuário vê apenas o que concorda ou se interessa. Isso deve ser uma preocupação do jornalismo digital, para que seja justo e mostre todos os lados. A disseminação de notícias falsas também é outro grande desafio. Agora, mais do que nunca, precisamos desempenhar um papel crucial na verificação dos fatos e na análise crítica das fontes. O futuro exige adaptação e aprendizado constante.