sábado, 19 de abril de 2025
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“À Mãe Que Eu Me Tornei”: livro conta com a participação de Tatiana Takeda, professora da PUC Goiás

Advogada diz que falar sobre o tema foi muito acolhedor

Tatiana Takeda, participante do livro.

Por Kézia Pimentel

Supervisão: prof.ª Gabriella Luccianni

Tatiana Takeda é advogada, professora do curso de Direito na PUC Goiás e uma das participantes do livro “À Mãe Que Me Tornei” . Em entrevista ao Impressões, ela contou como foi a experiência de relatar sua maternidade atípica na obra que será lançada em março, em São Paulo, no Unibes Cultural.

Desafios e aprendizados

Na visão da advogada, o principal desafio a ser superado é o que ela chama de “barreiras atitudinais”, que seria o preconceito estrutural construído na sociedade diante de uma pessoa com deficiência. Lidar com o capacitismo e a discriminação é uma missão diária na vida de Tatiana. “É muito mais fácil você construir uma ponte, fazer uma rampa, instalar um elevador…mudar o que uma pessoa pensa é muito difícil”, diz.

Tatiana explica que, mesmo que a legislação brasileira reconheça esses direitos, não adianta “enfiá-los goela abaixo do cidadão”, mas sim tentar conscientizar e sensibilizar a sociedade. “Precisamos mostrar o porquê essas pessoas têm direitos a essas medidas afirmativas, a essas políticas públicas. Porque, de um modo geral, a sociedade tem uma dificuldade muito grande de entender o que é a igualdade material, o que é a isonomia. Estamos falando de uma situação em que a pessoa precisa de suportes para que possa chegar naquele local onde as demais que não precisam de suporte estão chegando.”

Apesar disso, Tatiana diz que também aprende muito com cada frustração que tem na caminhada de mãe atípica. A professora ressalta, ainda, que os aprendizados vêm de todas as formas, seja nas vitórias ou derrotas diárias, e cada um deles contribuem para o crescimento e a capacidade dela de lidar com o problema ou com o sucesso.

O processo de escrita

Sobre a experiência de relatar esses desafios e aprendizados em uma carta, Tatiana diz que foi uma proposta muito acolhedora. “Ela deu liberdade para que cada uma pudesse falar aquilo que ela quisesse, aquilo que ela sentia. Quando eu a escrevi, eu estava num momento muito importante da inclusão escolar, do Theo Luiz, meu filho, e eu quis compartilhar como foram as negativas iniciais e como nós encaramos isso”, conta.

Ainda sobre registrar momentos importantes, a advogada fala mais do curso sobre inclusão ministrado por ela na Semana de Planejamento da PUC Goiás. Para ela, é fundamental que a comunidade universitária acolha os alunos que precisam de inclusão, porém, ao mesmo tempo, ela reconhece que os professores, em grande maioria, ainda não estão capacitados para isso: “[…] tendo em vista que eles fizeram cursos que não têm muito a ver com aqueles cursos onde se aprende sobre educação inclusiva, como, por exemplo, no curso de Pedagogia, nas licenciaturas, na Psicologia”.

Por fim, ela aponta possíveis soluções para uma efetiva inclusão social. “Então, é a nossa tentativa de estar colaborando, de estar compartilhando com os colegas formas de estar incluindo os nossos alunos, utilizando as ferramentas necessárias para isso, sejam elas a capacitação docente, a adaptação curricular e uma monitoria quando esse aluno necessitar.”

Livro

A obra “À Mãe Que Eu Me Tornei” será lançada no dia 8 de março, às 14h, somente em São Paulo. O livro traz 29 relatos de diferentes mães de filhos que possuem algum tipo de deficiência.

Em vídeo para o Instagram, Tatiana convida para o lançamento, confira: