quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
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“Sussurro: uma luta contra o silenciamento feminino” 

Trabalho de Conclusão de Curso da estudante Catarina Lima mostra os diversos tipos de violência contra a mulher e suas sequelas.

Catarina Lima, produtora do documentário "Sussurro- uma luta contra o silenciamento feminino".

Por Ana Clara Collet

As mulheres são constantemente questionadas e julgadas após uma violência e a burocracia imposta pela Justiça para a investigação desses crimes muitas vezes desestimula as vítimas a buscarem ajuda. Ao perceber que a Justiça não possui meios suficientes para ajudar as mulheres e que a maior parte dessas vítimas são silenciadas, Catarina Lima decidiu fazer um documentário sobre o tema como Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo. Orientado pela professora Eliani Covém, o filme aborda principalmente as “marcas eternas” deixadas por esse tipo de violência.

“Eu escolhi esse tema porque estou cansada de ver mulheres sofrendo diversos tipos de violência, entre física, moral e sexual, e, além de passarem por um trauma, a maioria das mulheres precisa lidar com consequências muito piores do que a do agressor”, explica a estudante. A ideia do documentário foi trazer relatos e apoio para que as mulheres busquem seus direitos e se imponham mesmo diante das dificuldades.

Desde os 14 anos, Catarina se interessa pela causa feminista e, por isso, começou a ler livros e a assistir filmes feitos por diretoras feministas. Quando percebeu, “já estava totalmente engajada no movimento”, tendo a certeza de que esse seria um tema de pesquisa e especialização no ensino superior. 

A estudante conta que sua maior dificuldade foi conciliar a rotina de gravações com a redação do referencial teórico, mas principalmente “encontrar personagens que aceitassem dar entrevista para falar sobre assuntos tão delicados e doloridos”.

Ao todo foram seis mulheres entrevistadas, quatro vítimas de algum tipo de violência de gênero e duas especialistas na área, uma professora ativista do movimento feminista e uma psicóloga clínica. Para um referencial bem completo, Catarina leu diversas obras que a auxiliaram a se aprofundar na teoria feminista, na dominação masculina e no patriarcado. 

No documentário, a estudante mostra como as vítimas lidam por anos com as sequelas emocionais, exame de corpo-delito e tratamentos e diz que as mulheres “têm medo de contar a verdade e serem julgadas”, além de serem reprimidas e incentivadas a permanecerem em silêncio. Por essa razão, seu “TCC é um documentário que defende a luta contra o silenciamento feminino”. 

A banca de TCC acontecerá na quinta-feira (12/11), às 20h30, na Escola de Direito, Negócios e Comunicação da PUC Goiás, Campus V.