Por Douglas Alves e Fernando Henrique
Uma das principais características do trabalho e do mercado de trabalho contemporâneo é a flexibilidade. Essa é a visão da mestra em Psicologia, Ana Cândida Cardoso Cantarelli, que ministrou palestra no X Congresso de Ciência, Tecnologia e Inovação da PUC Goiás.
Atuante também na área de planejamento de carreiras, Cantarelli explica que proprietários de empresas não contratam uma pessoa apenas para um cargo, mas para um conjunto de possibilidades em um ambiente flexível. Nesse sentido, as práticas de gestão por competências mudaram por completo. “Antigamente a gente que fazia entrevista de emprego, hoje quem faz perguntas são os candidatos à vaga”, disse a psicóloga em referência à afirmação de um empresário.
Apesar de a flexibilidade ser fundamental para enfrentar tempos de incerteza, também possui aspectos negativos, pois reduz a capacidade de ter uma identidade mais forte em relação ao trabalho. A palestrante deu dicas para aqueles que desejam se adaptar ao novo mercado e à flexibilidade.
“É necessário ter uma visão mais realista e menos idealizada, é preciso pesquisar e ver com os próprios olhos e entender que, quando for pro mercado de trabalho, não será um prolongamento da sua casa, não será parecido com quem você é”.
Outros pontos discutidos na palestra foram planejamento e objetivos de carreira no mundo contemporâneo, em que ter carteira assinada não é mais a perspectiva dos jovens. “Hoje eu escuto dos meus alunos mais jovens que não querem trabalhar para alguém ou para alguma empresa, querem empreender, trabalhar meio período porque querem fazer outra coisa no restante do dia.”
Cantarelli acrescenta que a nova realidade do mercado de trabalho é que não se concebe mais carreira como uma sequência de fases, ou degraus, mas sim como roteiros singulares relacionados aos contextos sociais.
Em relação à ansiedade dos jovens para se inserir no mercado de trabalho, a palestrante explicou que trata-se de algo comum, mas nem todos estão preparados para o que podem enfrentar. “Afinal, quais são as possibilidades dos jovens que querem entrar no mercado? Buscar ajuda e, quando já estiver lá, não deixar de ser curioso, mesmo não gostando da experiência, saber lidar com os lados positivos e negativos”, orienta a palestrante.
