Por Isadora Máximo, Lara Fagundes e Mariana Milioni
A jornalista Flora Alves transformou sua paixão por jornalismo investigativo em um documentário sensível e impactante. “Desaparecidos: A Jornada pela Verdade” vai além de relatos comuns, mergulhando nas questões sociais e culturais que envolvem o desaparecimento de pessoas, revelando as dores das famílias e as dificuldades impostas pela burocracia ao longo da busca por seus entes queridos.
Orientado pela professora Bernadete Coelho, o trabalho da egressa da PUC Goiás foi apresentado na Mostra Científica dos Cursos de Graduação, que integrou a grade de programação do X Congresso de Ciência, Tecnologia e Inovação da instituição e contou com a presença de egressos dos cursos de Relações Internacionais e Jornalismo. Dentre eles, Flora Alves compartilhou detalhes sobre o processo de produção de seu documentário.
Desde muito jovem, Flora dedicou-se ao estudo de casos criminais, desenvolvendo um interesse que a acompanhou ao longo da sua formação acadêmica. “Antes de entrar na faculdade, eu já sabia que queria abordar o tópico cadáveres não identificados no IML,” revelou. No entanto, um acontecimento inesperado obrigou-a a mudar de foco. “Recebi a notícia de que meu ofício para gravar dentro do IML não foi aceito. Foi um choque”, lembrou a documentarista. Com o apoio da orientadora Bernadete Coelho, Flora encontrou um novo tema que também abrangia crimes não solucionados, passando a incluir em sua pesquisa histórias de pessoas desaparecidas.
O processo de realização do documentário foi rápido. Alves explica que, após mudar o tema, passou a fazer pesquisas bibliográficas e de campo, mas não terceirizou o trabalho em momento algum. “Eu fiz a coleta de entrevistas e a edição praticamente sozinha, com a ajuda do meu namorado, que criou a trilha sonora original”, destacou. Estar totalmente envolvida no trabalho a fez crescer tanto pessoal quanto profissionalmente. “Ver de perto a dor das famílias me ajudou a desenvolver empatia e respeito”, contou.
Flora compartilhou que o processo de gravação foi emocionalmente difícil, principalmente durante as entrevistas. “Gravei a irmã de Marquinhos no local onde ele desapareceu. Deixei ela falar à vontade e me emocionei muito”, disse. A sensibilidade com que abordou o assunto durante o processo de edição resultou em uma apresentação impressionante. “Quando vi o trabalho finalizado, editado, eu me emocionei”, admitiu
Relembrando a experiência, Flora disse que o conhecimento adquirido foi enriquecedor. “Fiz todo o trabalho sozinha e isso me ajudou a ser multimídia, algo essencial para o mercado hoje”, explica. A paixão por seu tema fez com que ela se sentisse realizada devido a sua dedicação ao projeto. “Se eu pudesse, falaria horas sobre esse trabalho. Estou muito feliz”, concluiu.
Plano de Comunicação
Na mostra científica, a também egressa do curso de Jornalismo da PUC Goiás Rejane Morais Vieira, apresentou um plano de comunicação para o Instagram da nutricionista Letícia Dutra. Com o desafio de desenvolver um projeto experimental eficaz, Rejane precisou pensar em estratégias capazes de transparecer os valores profissionais de sua assessorada, ao mesmo tempo que se dedicava ao objetivo de aumentar o alcance dos conteúdos produzidos e divulgados nas redes sociais. “Eu estudei o Conselho Federal de Nutricionistas, fiz análise de perfis de concorrentes e fiz a entrevista com a nutricionista para entender quais eram seus objetivos, aonde ela queria chegar”, relatou ela.
A fim de entender o perfil com que estava trabalhando e criar um plano de comunicação personalizado, Rejane Vieira examinou as metas da cliente dentro do mercado de trabalho e do ambiente em que ela se insere. “Foram estabelecidas as estratégias e nós fizemos a análise de SWOT, através dela eu identifiquei as ameaças, as oportunidades, os pontos fortes e os pontos fracos da assessorada”, explicou a jornalista. Como resultado, o número de seguidores de Letícia Dutra aumentou de 1.698 para 1.819 e alcançou 14 mil usuários em um período de 15 dias.
Em entrevista exclusiva ao portal Impressões, Rejane contou que, antes de pensar e executar os passos do plano de comunicação, ela desenvolveu uma bagagem teórica sólida sobre as áreas que englobam seu trabalho: “Foi realizado um levantamento para abordar o conceito, a importância e as etapas do planejamento de comunicação e da assessoria de imprensa. Também foram trabalhadas as características das mídias sociais com base em alguns estudos”. Após a consolidação da teoria, ela produziu artes, fotos, vídeos e legendas sobre temáticas relacionadas à nutrição para publicação durante o intervalo estipulado.
No bate-papo, a jornalista contou que seu Trabalho de Conclusão de Curso contribuiu significativamente para seu crescimento profissional. “Esse trabalho me permitiu aplicar meus conhecimentos, até porque eu já atuava na função de social mídia, mas não sabia aplicar as estratégias de maneira correta. Aprendi bastante sobre planejamento estratégico, produção de conteúdo e análise de métricas de desempenho, além de desenvolver habilidades de organização e gestão de tempo. Também foi gratificante ver os resultados práticos da minha atuação, especialmente com o crescimento e o engajamento do perfil”, contou.
Rejane Vieira expressou ainda a satisfação de retornar à universidade onde se graduou para compartilhar seu trabalho. “É uma oportunidade valiosa de aprendizado e troca de experiências com outros profissionais”.
