sábado, 28 de dezembro de 2024
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Fundadoras da Jornada Polis destacam transformações do Jornalismo

As jornalistas Julia Finamor e Karla Albuquerque estiveram presentes no evento realizado pelo Centro Acadêmico de Jornalismo da PUC Goiás para falar sobre bastidores e grandes coberturas.

Por Luanna Mendes.

O Jornalismo no Brasil já passou por grandes transformações desde o início dos anos 2000. Com a chegada e avanço das redes sociais, os jornalistas tiveram que se desdobrar e reinventar o seu trabalho em diversos momentos ao longo desses anos. Pessoas que antes eram leitoras de jornais impressos e revistas físicas se tornaram internautas exigentes, o que acelerou de forma significante a velocidade com que uma notícia deve ser produzida e publicada nas plataformas digitais.

Durante a pandemia da Covid-19, a existência de uma nítida polarização na política brasileira provocou a onda das fake news, o que também resultou em um desafio para os profissionais do jornalismo conseguirem exercer seu trabalho com credibilidade. Checar os fatos de forma rápida e fácil se tornou praticamente impossível em meio à desinformação.

Esses foram os principais pontos comentados pelas jornalistas Julia Finamor e Karla Albuquerque, no evento realizado de forma remota pelo Centro Acadêmico de Jornalismo da PUC Goiás em parceria com a Escola de Jornalismo Jornada Polis, no dia 27 de agosto. 

“O Jornalismo está cada vez mais em transformação, novas linguagens têm surgido. A forma como eu trabalhava quando eu comecei na televisão, hoje, é diferente. A gente concorre com outras mídias e a gente precisa estar sempre se reciclando e se adaptando a essas transformações. Muita coisa mudou a partir da pandemia, disse Karla Albuquerque, especialista em Política com vasta experiência em coberturas eleitorais e novas tecnologias.” 

Sobre a cobertura das eleições de 2018 e as dificuldades posteriormente enfrentadas, Karla destacou o fato de Jair Bolsonaro ter firmado sua candidatura, mesmo sendo um candidato com pouco tempo de TV, o que foi novidade na época. O ex-presidente inaugurou também uma nova forma de apresentação para os eleitores e para a imprensa, feita quase inteiramente através de suas redes sociais. Durante seu mandato, o Governo Federal se distanciou dos jornalistas, sem a realização de coletivas e maior investimento em lives. 

“Durante a pandemia, tivemos que aprender a lidar com o Governo Bolsonaro. (…) Para mim, entre grandes coberturas, o momento no qual mais tivemos que mudar o nosso formato de comunicar foi, com certeza, nesse período,” disse Julia Finamor, também especialista em Política e experiente em coberturas e pesquisas eleitorais.

Nas eleições de 2022, com a polarização política já estabelecida, o desafio continuou árduo para os jornalistas. “Foi uma fase agressiva. O repórter não podia mais usar a canopla no microfone, que identifica de qual veículo ele é. Não era fácil ver nossos colegas que trabalhavam nas ruas sendo hostilizados,” acrescentou Karla. 

Para Julia, transformações mais tecnológicas vêm acontecendo em cada eleição, desde 2018. “Naquela época, a maior mudança foi a da televisão para as redes sociais, agora, estamos falando de Inteligência Artificial.”  

O jornalismo mostrou sua importância novamente na pandemia. “Por exemplo, o Jornal Nacional teve muita audiência porque as pessoas tinham a necessidade de ligar a TV no horário que elas sabiam que teriam informações de confiança. O jornalismo, naquele momento, se tornou a arma para o cidadão sobreviver,” finalizou Julia.

Karla e Julia reservaram o final da palestra para ouvir as perguntas dos alunos, que tiraram suas dúvidas e puderam aprender mais sobre o caminho percorrido pelas profissionais até consolidarem suas carreiras no Jornalismo Político.

Para saber mais sobre a Escola de Jornalismo Jornada Polis, siga o Instagram @jornada.polis. Lá, Karla Albuquerque, Julia Finamor, Aldir Cony e Marina Ferreira ensinam sobre o jornalismo profissional na prática. 

Informações sobre os próximos eventos do CAJOR estão disponíveis na página do @cajor.puc no Instagram. Fique ligado! 

Uma volta pelo CAJOR da PUC Goiás 

Em dezembro de 2021, o Centro Acadêmico do curso de Jornalismo da PUC Goiás foi fechado. Assim permaneceu por dois anos até sua reabertura com uma nova gestão em 2024. Desde janeiro deste ano, o C.A. serve como uma ponte entre os estudantes e a administração da universidade, o que garante voz e atendimento às demandas e necessidades dos alunos. Há mais espaço para a promoção do debate acadêmico e político, assim como maior apoio e integração dos estudantes, especialmente para os calouros.

O C.A. também ajuda no fortalecimento da formação prática, uma vez que os universitários exercem, através dele, os conhecimentos adquiridos em sala pelas mídias sociais, blogs, podcasts, realização de workshops, eventos etc. Acima de tudo, o Centro Acadêmico é de extrema importância para a defesa dos direitos estudantis.

Perfil das palestrantes 

Karla Albuquerque

  • Nasceu em Belém do Pará;
  • Se formou em Jornalismo em 2006 pela Universidade da Amazônia (UNAMA);
  • Trabalhou por muitos anos como repórter de TV local;
  • Se mudou para o Rio de Janeiro a fim de alavancar sua carreira;
  • É editora de texto da GloboNews;
  • Especialista em Política. 

Julia Finamor

  • Nasceu no Rio Grande do Sul;
  • Trabalhou por muitos anos em Rádio;
  • Se mudou para o Rio de Janeiro com 23 anos pois seu maior sonho era trabalhar na Globo;
  • Atualmente é editora de texto na GloboNews há quase 10 anos;
  • Especialista em Política.