Por: Emanuella Messias
Com planejamento, cortes nos gastos e realização de serviços extras, Nilsa Rosa já conheceu mais de 10 países.
Natural de Itapuranga, interior de Goiás, Nilza Rosa, 46, viaja pelo mundo na companhia do marido. O sonho surgiu quando ainda era uma adolescente, entre 10 e 12 anos de idade. Ela decidiu que, quando crescesse, iria planejar suas próprias viagens. Aos 7 anos, saiu da casa dos pais para morar com a irmã, no período das férias, momento de viagem em família. Mas Nilza era deixada de lado, morando em outras casas. Ela percebeu “Eu não fazia parte da família”, explica.
A cabeleireira manteve o sonho no coração e, anos mais tarde, quando a Igreja da qual faz parte organizou uma caravana para Israel, sentiu que poderia realizá-lo. Devido à religião, pensava em fazer os mesmos passos de Jesus, ir aos lugares e ouvir histórias que realmente aconteceram. Ela afirma que, após a viagem, sua vida foi transformada em todos os aspectos – espiritual, financeiro, visão.
A viagem até o Oriente Médio foi realizada em 2013 e os dias que se passaram foram bem difíceis, conta a itapuranguense. Na maioria das vezes, sentia-se sozinha, porque não estava com a família. Mas ficou tão maravilhada com tudo à sua volta, que se perdeu do grupo enquanto esperavam o voo, na Holanda. Felizmente, no fim, tudo se resolveu. Ela conseguiu achar o pessoal da caravana no fim do dia.
A mochileira planeja tudo com muita antecedência, pesquisa o lugar para onde deseja ir; a estação do seu interesse; o valor das passagens; verifica os países próximos e identifica cidades vizinhas nas quais é possível chegar com um transporte barato e confortável, além da locaçlização da hospedagem.
A inspiração veio do casal Willer e Caroline, donos de uma agência de viagens. A goiana teve a oportunidade de ir com eles para Argentina, Chile e Paraguai, em 2016, junto com seu marido. “Com planejamento e muita força de vontade”, explica que suas viagens se tornarem possíveis.
Nilza Rosa acredita que a viagem mais tranquila foi para a Europa, em 2023, passando pela França, Bélgica e Holanda, de ônibus e por conta própria. Foram anos de amadurecimento e estratégias para planejar, contando desde a sua primeira saída do Brasil, ao ir para Israel.
O dinheiro é um fator essencial para que tudo aconteça, por isso, a mochileira faz investimentos, corta gastos grandes, realiza serviços extras, além do seu trabalho em um salão de beleza e na sua própria casa. “Tudo é questão de fazer sacrifícios; claro que vivendo uma vida normal, mas sempre mantendo o foco”, avalia.
Nos países visitados pela casal, Nilza quer experimentar o dia a dia dos nativos. “Não gosto de pontos turísticos, coisas temáticas”, diz. “Prefiro o ambiente natural”. Um hobbie da goiana é visitar os mercados e descobrir o modo de vida dos moradores da cidade.
As viagens para fora do país são muitas, mas fazer tudo isso no Brasil dificulta, no sentido de valor. “Aqui é muito mais caro”, ela afirma, mas, mesmo pelas circunstâncias, Nilza também já viajou por muitas cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pirenópolis, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, além da Chapada dos Veadeiros, que foi sozinha, estilo mochileira.
Entre os lugares visitados, ainda há muito mais que Nilza sonha em ir, junto com seu marido, ou até de morar um tempo fora do Brasil, sozinha, num intercâmbio. Os próximos planos são de ficar vinte dias em Portugal, Espanha, França e Itália, explorar um pouco mais da Europa. Desde muito cedo seu coração tinha esse desejo e, para ela, “nunca é tarde para realizar um sonho”, comenta.
