Além de desenhar, Zaia Ângelo é dona de uma marca e já teve algumas de suas produções usadas por artistas de peso nacional, como Anitta, Linn da Quebrada, Glória Groove e Karol Conká
Por Mariana Milioni
A estudante de Jornalismo da PUC Goiás e artista plástica Zaia Angelo Melo Briet se prepara para três novas exposições na Europa. A primeira delas será realizada de 20 a 24 de abril, na 4ª Edição da Marginal Arte Festival, em Lisboa, Portugal. Nos dias 25 e 26 de abril, a GallerySTP, em Madrid, na Espanha, também receberá uma obra autoral de Zaia. Em maio, a artista retorna a Portugal, expondo seu quadro “Transpoder” na 3ª Bienal Internacional de Arte.
Zaia já teve uma de suas obras, intitulada “Dores do preconceito”, exposta no Museu do Louvre, em Paris. O convite veio de um curador de arte austríaco, Hans Playnner, que conheceu o trabalho da goiana pelas redes sociais e lhe enviou uma carta convidando para uma exposição de novos artistas. O tema principal da obra é a homofobia.
Segundo Zaia, o trabalho exposto em 2018 é de extrema importância, merece holofotes e debates, pois o Brasil ainda é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. O desejo da autora era ecoar uma mensagem de alerta dentro do Louvre para que milhares de pessoas se atentassem à causa.
Aos 20 anos de idade, a estudante de Jornalismo concilia a faculdade com suas verdadeiras paixões: a arte e a moda. Além de desenhar, Zaia Ângelo é dona de uma marca denominada “Zaia Ângelo Store” e já teve algumas de suas produções usadas por artistas de peso nacional, como Anitta, Linn da Quebrada, Glória Groove e Karol Conká. Sua trajetória no ramo da arte se iniciou com uma brincadeira de criança, pois desde pequena gostava de desenhar e escrever. Com o tempo percebeu que gostaria de seguir na área.
Zaia Ângelo comenta sobre o sentimento de conquistar seu espaço: “É muito bom ter nosso trabalho reconhecido e nesse espaço como mulher trans o peso ainda é maior. É um privilégio que, com meu trabalho, posso, de certa forma, inspirar outras pessoas, principalmente a comunidade LGBTQIA+. Quero mostrar para pessoas trans e travestis que merecemos ocupar locais de destaque e que podem existir outras perspectivas que se distanciam do local de marginalização que a sociedade nos coloca.”
A estudante fala sobre expectativas futuras. “Quero expandir cada vez mais meu trabalho e passar a mensagem da diversidade e inclusão para o máximo de pessoas possíveis. Estou muito feliz agora com as exposições que vou fazer em Portugal e Madrid e quero explorar ainda mais a vertente da moda, popularizando as botas da minha marca que tive a honra de recentemente serem usadas pela Linn da Quebrada e pela Karol Conká.”