Falta de políticas públicas e de informação são as principais dificuldades vivenciadas por familiares de autistas
Por Mayara Oliveira
No próximo domingo (2) é comemorado o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. Criada em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data tem o objetivo de informar a sociedade, reduzir a discriminação e o preconceito. Esses são os desejos da professora Larissa Santos e da social mídia Giselle Calixto, mães de crianças autistas, que enfrentam dificuldades cotidianas para assegurar os direitos de seus filhos.
Larissa recebeu o diagnóstico do filho Malcoln Manoel, de 2 anos, recentemente e explica que sentiu falta do apoio da família no processo. “Quando a gente começa a perceber os primeiros sinais e compartilhar com a família e amigos, eles são os primeiros a desencorajarem a busca do diagnóstico porque fica no senso comum de que cada criança tem seu tempo”.
Segundo a OMS, no Brasil, há cerca de 2 milhões de autistas. A psicóloga infantil especializada em autismo, Aline Lima, acredita que esse número é ainda maior. Para ela, a conscientização é a principal aliada da inclusão. ‘’Uma vez que à população se torna mais consciente sobre o autismo, fica mais fácil que diante de situações de crises ou dificuldades cotidianas, as pessoas ao redor possam incluir. Além disso, a informação também contribui para a busca dos direitos assegurados por lei”.
A social mídia Giselle Calixto, mãe de Oliver Reis, diagnosticado dentro do espectro com 1 ano e dois meses, explica que conseguir a aplicação prática dos direitos é o maior desafio. “Uma dificuldade é encontrar bons profissionais pra atender a criança. Também me incomoda a dificuldade de inclusão escolar e fazer as pessoas validarem o nosso direito. É preciso se informar sobre o autismo. Ninguém é obrigado ama-lo, mas é obrigado a respeitar suas diferenças”.
Transtorno do Espectro Autista
O autismo é uma condição caracterizada pelo comprometimento na comunicação e interação social, associado a padrões de comportamento restritivos e repetitivos. Apesar dos desafios, uma pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode chegar à vida adulta, vivendo de maneira independente. Mas são necessárias algumas intervenções para estimular o desenvolvimento, por isso a importância de um diagnóstico precoce.
