Por Débora Ferreira
Supervisão: Profª Gabriella Luccianni
O 5º Encontro com Egressos da PUC-Goiás está chegando e promete reunir profissionais que se destacam no mercado para compartilhar experiências com os futuros jornalistas. Entre os convidados está Felipe Cordeiro, formado em Jornalismo pela PUC Goiás e especialista em Assessoria de Comunicação Digital. Com uma trajetória consolidada na comunicação institucional, ele já atuou em órgãos públicos como a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). Atualmente, é superintendente de Jornalismo e Redes da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Goiânia e, no evento, abordará os desafios e transformações da assessoria de imprensa na era digital.
Agência Impressões: Considerando sua trajetória na assessoria de imprensa e comunicação institucional, quais habilidades e conhecimentos adquiridos na PUC Goiás foram mais relevantes para o seu desenvolvimento profissional?
Felipe Cordeiro: A grade curricular da PUC nos prepara para o mercado de trabalho. Então, foram de extrema importância todas as atividades desenvolvidas durante o curso, que integravam a teoria com a prática. Além da formação curricular, os eventos promovidos pela PUC também foram muito importantes para minha formação humana, pois me permitiram a convivência com alunos e profissionais de outros cursos.
Agência Impressões: Com a rápida evolução do digital, quais foram os principais desafios e aprendizados na transição da assessoria de imprensa tradicional para a comunicação digital, especialmente na gestão de redes sociais em órgãos públicos?
Felipe Cordeiro: As redes sociais são fundamentais para ter um diálogo direto com nosso público-alvo, no caso, a população. Por mais que a assessoria de imprensa seja importante por conta da sua credibilidade, é essencial aproveitar o digital para levar a informação que queremos ao nosso público. O trabalho nos órgãos públicos tem muitas restrições de pessoal e equipamentos, mas sempre é importante nos adequarmos e entregarmos o melhor dentro de nossas limitações.
Agência Impressões: Com base em sua experiência na Secretaria de Saúde e na Prefeitura de Goiânia, quais são os maiores obstáculos enfrentados na comunicação institucional do setor público e como superá-los?
Felipe Cordeiro: A assessoria de órgãos públicos é desafiadora, principalmente por se tratar de serviços básicos que a população precisa e nem sempre é oferecida a contento. Além do trabalho do dia a dia, que na maioria das vezes envolve o gerenciamento de crises, é importante ter profissionais capacitados e atentos ao que acontece na cidade, buscando sempre manter nossos assessorados e a área técnica informada, e sugerindo iniciativas que atendam as necessidades das pessoas. Como mencionei antes, a limitação de recursos humanos e de equipamentos é um desafio diário, precisamos então nos reinventar sempre para atuar em todas as áreas de assessoria, como fotos, vídeos, edição e texto.
Agência Impressões: Considerando sua experiência em assessoria de imprensa tradicional e comunicação digital, quais habilidades específicas você considera indispensáveis para um jornalista de sucesso nessas áreas? Como os jovens profissionais podem desenvolvê-las?
Felipe Cordeiro: É essencial ter um bom texto, estar antenado ao que acontece no dia a dia da cidade, ler e assistir jornais. Além disso, é fundamental conseguir entregar o mínimo dentro do que se pede na assessoria, como gravar e ter noção de edição de vídeos, fazer fotos. Não é obrigatório ser excelente em tudo, mas é importante ter a sua zona de conforto e saber o básico das outras áreas.
Agência Impressões: Como superintendente de Jornalismo e Redes, qual a importância de eventos como o Encontro com Egressos para a formação de redes de contato e o desenvolvimento profissional dos futuros jornalistas?
Felipe Cordeiro: A formação de um jornalista não acaba com a conclusão da graduação. É essencial para um jornalista ter suas redes de networking, se atualizar das demandas do mercado, sair com colegas de profissão para tomar um café e saber o que está acontecendo. O Encontro de Egressos é importante tanto para os estudantes de jornalismo quanto para os jornalistas graduados, que continuam em formação. Trocar ideias e experiências é essencial para quem está nessa profissão. Não tem ninguém que sabe tudo, sempre se aprende algo novo.
Agência Impressões: Com sua vasta experiência, quais conselhos práticos você daria aos estudantes de jornalismo que almejam uma carreira na assessoria de comunicação, focando em networking, desenvolvimento de habilidades e adaptação às tendências do mercado?
Felipe Cordeiro: A primeira coisa é absorver ao máximo o que é repassado nas aulas. Escrever muitos textos e, sempre que puder, pedir ao professor para revisar. O estilo do texto é adaptável a cada local de trabalho, mas é muito importante ter o “feeling” de saber pegar o gancho da pauta, e isso se desenvolve com a prática. Além disso, mesmo que não tenha familiaridade, é muito importante saber fazer o básico do digital, pois isso vai te diferenciar no mercado. Quem puder, já deve buscar um estágio. Levar o conhecimento da sala de aula para uma redação é muito valioso, pois agrega na troca de experiências entre estudantes e profissionais. E sempre que possível, participe de encontros de jornalistas, isso ajuda bastante no networking, além de seguir profissionais no LinkedIn e participar de grupos de WhatsApp.
Agência Impressões: Como a inteligência artificial tem impactado a assessoria de imprensa e a comunicação institucional? Você acredita que essas ferramentas representam uma ameaça ou uma oportunidade para os profissionais da área?
Felipe Cordeiro: A IA é uma grande parceira dos profissionais de assessoria e quem tem familiaridade com a tecnologia ganha tempo no seu dia a dia de trabalho. Apesar de muitos profissionais criticarem o uso da IA, eu considero uma parceira. A inteligência artificial precisa da inteligência humana para chegar à perfeição. Não podemos nos tornar dependentes desse tipo de tecnologia, é importante saber filtrar o que ela nos oferece. Mas acredito que a IA é uma oportunidade para que a gente consiga entregar demandas mais rápidas, como briefing, por exemplo.